Então surgiu uma pedra grande e pesada no meio do caminho. Em um
primeiro momento, pensei que não teria forças, que não conseguiria, que
seria covarde. Mas se tem uma coisa que eu não sou é conformada. Às
vezes penso talvez-não-seja-pra-mim. Logo afasto esses pensamentos,
coloco todos para correr e me concentro no que realmente importa.
Nem sempre a vida abre um sorrisão cheio de dentes brancos e hálito
fresco. Em muitas situações ela faz uma careta bem feiosa, em outras
tantas o sorriso é desdentado ou podre e nas mais cabeludas o sorriso é
cheio de dentes cariados e bafo de onça.
As reticências surgem, numa tentativa de descobrir qual será o meu
próximo passo. E a decisão fica ali, no meio das minhas mãos,
esperando. Só que muitas vezes nem eu sei o que fazer, fico um pouco
perdida no meio de tantos pontos de interrogação. Ao mesmo tempo, aquela
urgência em resolver o que precisa ser resolvido. Às vezes as coisas só
esperam um ponto final, mas a vida (essa danada!) resolve colocar um
ponto e virgula. E você precisa se virar.
Tenho aprendido que nem tudo sai conforme manda o figurino, que os
sonhos levam algum tempo para tomarem forma e fôlego, que só porque o
que você queria não aconteceu no dia e na hora exatas que você queria
não quer dizer que não vai acontecer. A frase ficou confusa, eu bem sei,
e isso tudo é confuso mesmo. Mas nós somos humanos e queremos aquilo
naquela hora e se não acontece daquele jeito tão esperado fica uma
frustração enorme no lugar. Uma frustração solitária, trancada em um
quarto e sala, sem luz, sem comida, sem uma garrafa de vinho, sem nada.
Apenas ela, crescendo, tomando forma, tomando conta.
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